terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O Sertão é confusão em grande demasiado sossego... Guimarães Rosa


IAMAMOTO, Marildo

 

O Sertão é confusão em grande demasiado sossego... Guimarães Rosa

ROSA, G. Grande Sertão: Veredas.

In: João Guimarães Rosa. Ficção completa em dois volumes.

V.II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994:289.

 


            “Este capítulo Objetiva oferecer subsídios teórico-metodológicos concernentes ao trabalho e sociabilidade na sociedade burguesa que permitam adensar e subsidiar a análise do trabalho do Assistente Social e de sua formação universitária na sociabilidade brasileira contemporânea”. (p.336)

          “A necessidade de revistar os fundamentos do trabalho e sociabilidade sob a árbita do capital é atestada pela polêmica instaurada no universo da profissão, que questiona ser ou não a atividade profissional desenvolvida pelo assistente social uma expressão do trabalho social”. (p.337)

          “Num primeiro nível de trabalho, de caráter teórico-sistemático, sobre o trabalho e sociabilidade, aborda-se o significado do trabalho no processo de constituição dos indivíduos sociais”. (p.337)

          “...Particulariza a forma de individualidade social na sociedade burguesa e seus fetichismo”. (p.337)

          “O percurso da análise transita para particularizar determinações atinentes ao trabalho do assistente social e a sua formação universitária”. (p.337)

          “Essa óptica de análise requer articular a qualidade desse trabalho, sua diferencialidade expressa em seu caráter de atividade útil ou trabalho concreto, e sua identidade com o trabalho social, enquanto trabalho abstrato, uma fração do trabalho do trabalho social total, pensando na sua quantidade”. (p.338)

          “Outra ênfase deste capítulo recai sobre a formação dessa força de trabalho especializada, que lhe permite realizar um trabalho complexo, condicionado o valor de troca dessa mercadoria especial, expresso no salário”. (p. 338)

          “Completando esse perfil da formação profissional registra-se um breve quadro da pós –graduação stricto sensu na área, com base em dados primários da CAPES/MEC, da avaliação trienal, realizada em 2004”. (p.338)

          “Assim, este capitulo de caráter (in) conclusivo, abre novas sendas ao debate ao capturar implicações e tendências da conformação da categoria profissional e de seu trabalho em tempos em que viceja o capital financeiro”. (p.339)

          “Tratar o tema na óptica assinalada adquire sentido ainda frente as restrições, que atualmente assolam a academia, de ordem teórico-metodológica e política, ao pensamentos marxiano e a tradição marxista”. (p.339)

          “...Observam-se também restrições ao primado da totalidade, próprio da tradição marxista”. (P.339)

          “No campo da sociologia do trabalho, as preocupações voltam-se a produção do consentimento por parte dos trabalhadores aos mais sutis mecanismos de controle adotados no toyotismo ou pós-fordismo”. (p.340)

          “...Observa-se forte acento nas experiências dos trabalhadores, trazendo para o centro das análises o sujeito que trabalha, dotado de liberdade de escolhas e de subjetividade, na contramão de uma enunciada eclipse do sujeito”. (p.341)

          “...Nesse contexto, a produção de Burowoy é uma destacada referência, objeto de apreciações e criticas”. (p.341)

          “A Política estatal não está suspensa nas nuvens; ela nasce no chão da fabrica e, quando este treme, ela é abalada”. (p.341)

          “Sustenta, ainda, que as diferentes formas de intervenção do Estado são condicionadas pelos interesses e capacidades de classe que se definem, primordialmente no plano da produção”. (p.341)

          “A polêmica teórica que permeia o campo do trabalho passa necessariamente pelo debate com as teses de Braverman (1977), no seu clássico trabalho e capital monopolista”. (p.342)

          “O foco privilegiado é a gerência em sua função de controle e de indução do trabalhador a cooperar no processo de trabalho tal como organizado pela engenharia industrial, função essa essencial devido ao antagonismo das relações sociais”. (p.342)

          “Contesta-se a tese por ele defendida de que, sendo o trabalho realizado com fins precípuos de acumulação capitalista, exige sua máxima racionalização e consequentemente, o controle sobre o trabalho por parte do capital por meio da gerência”. (p.342)

          “Contesta-se também a posição do autor que restringe deliberadamente a consideração da classe trabalhadora a classe em si, menosprezando seus níveis de consciência, organização e suas atividades”. (p.343)

          “O autor é, ainda, acusado de assumir acriticamente o taylorismo, identificando com a cristalização da lógica da administração capitalista, como forma necessária do controle exercido pela gerencia”. (p.343)

          “Não podem ser desconhecidas a riqueza, a diversidade e a fecundidade do debate em curso sobre a teoria do processo de trabalho”. (p.343)

          “Por vezes, a mesma critica refrat-se em Burowoy, criticado por assumir uma teoria essencialista da natureza humana, tributária de Marx, a partir de uma noção antológica de trabalho”. (p.344)

          “A literatura sobre o tema, ao concentrar a atenção sobre as formas de controle, consentimento, resistência e negociação no processo de trabalho, em seus determinantes oriundos da esfera fabril e extra fabril, parece ter como um dado a noção do trabalho mesmo”. (p.344)

          “Em termos mais explícitos: a hipótese é que as restrições supra-anunciadas à teoria social de Marx advém de leituras que destacam a dimensão antológica nela presente”. (p.345)

          “Repor o humanismo marxista no centro da análise é condição necessária para fazer emergir o indivíduo social, como sujeito criativo vivo, presente no pensamento de Marx”. (p.345)

          “Esse percurso teórico-metodológico é duplamente importante para a análise do trabalho no âmbito do serviço social tanto na ótica do exercício profissional do assistente social, quanto na ótica dos sujeitos a quem se dirige a ação profissional”. (p.346)

          “O que importa é que o conjunto da reflexão marxiana é denominada pela ideia de que, no social, se dá uma articulação entre o mundo da causalidade e da teleologia, ou seja, entre o fato de que as ações humanas são determinadas por condições externas ao indivíduos singulares e o fato de que ao mesmo tempo o social é constituído por projetos que os homens tentam implementar na vida social”. (p.346)

          “Marx arranca sua noção de produção da autocriação de indivíduos vivos e reais socialmente determinada, ou seja, de uma forma histórica específica de sociabilidade”. (p.347)

          “...A época que produz o ponto de vista do indivíduo isolado – que se encontra na base do liberalismo – é precisamente aquela, diz Marx, na qual as relações sociais alcançaram o seu mais alto grau de desenvolvimento”. (p.347)

          “Dialogando com Aristóteles, Marx sustenta ser o homem mais que um “animal social”, um “ser social político”, isto é, que só pode isola-se, individualizar-se em sociedade, dela dependendo para viver e produzir”. (p.347)

 

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