IAMAMOTO, Marildo
O Sertão é confusão em grande
demasiado sossego... Guimarães Rosa
ROSA, G. Grande Sertão: Veredas.
In: João Guimarães Rosa. Ficção
completa em dois volumes.
V.II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1994:289.
“Este capítulo Objetiva oferecer
subsídios teórico-metodológicos concernentes ao trabalho e sociabilidade na
sociedade burguesa que permitam adensar e subsidiar a análise do trabalho do
Assistente Social e de sua formação universitária na sociabilidade brasileira
contemporânea”. (p.336)
“A
necessidade de revistar os fundamentos do trabalho e sociabilidade sob a árbita
do capital é atestada pela polêmica instaurada no universo da profissão, que
questiona ser ou não a atividade profissional desenvolvida pelo assistente
social uma expressão do trabalho social”. (p.337)
“Num
primeiro nível de trabalho, de caráter teórico-sistemático, sobre o trabalho e
sociabilidade, aborda-se o significado do trabalho no processo de constituição
dos indivíduos sociais”. (p.337)
“...Particulariza
a forma de individualidade social na sociedade burguesa e seus fetichismo”.
(p.337)
“O
percurso da análise transita para particularizar determinações atinentes ao
trabalho do assistente social e a sua formação universitária”. (p.337)
“Essa
óptica de análise requer articular a qualidade desse trabalho, sua
diferencialidade expressa em seu caráter de atividade útil ou trabalho
concreto, e sua identidade com o trabalho social, enquanto trabalho abstrato,
uma fração do trabalho do trabalho social total, pensando na sua quantidade”.
(p.338)
“Outra
ênfase deste capítulo recai sobre a formação dessa força de trabalho
especializada, que lhe permite realizar um trabalho complexo, condicionado o
valor de troca dessa mercadoria especial, expresso no salário”. (p. 338)
“Completando
esse perfil da formação profissional registra-se um breve quadro da pós
–graduação stricto sensu na área, com base em dados primários da CAPES/MEC, da
avaliação trienal, realizada em 2004”. (p.338)
“Assim,
este capitulo de caráter (in) conclusivo, abre novas sendas ao debate ao
capturar implicações e tendências da conformação da categoria profissional e de
seu trabalho em tempos em que viceja o capital financeiro”. (p.339)
“Tratar
o tema na óptica assinalada adquire sentido ainda frente as restrições, que
atualmente assolam a academia, de ordem teórico-metodológica e política, ao
pensamentos marxiano e a tradição marxista”. (p.339)
“...Observam-se
também restrições ao primado da totalidade, próprio da tradição marxista”.
(P.339)
“No
campo da sociologia do trabalho, as preocupações voltam-se a produção do
consentimento por parte dos trabalhadores aos mais sutis mecanismos de controle
adotados no toyotismo ou pós-fordismo”. (p.340)
“...Observa-se
forte acento nas experiências dos trabalhadores, trazendo para o centro das
análises o sujeito que trabalha, dotado de liberdade de escolhas e de
subjetividade, na contramão de uma enunciada eclipse do sujeito”. (p.341)
“...Nesse
contexto, a produção de Burowoy é uma destacada referência, objeto de
apreciações e criticas”. (p.341)
“A
Política estatal não está suspensa nas nuvens; ela nasce no chão da fabrica e,
quando este treme, ela é abalada”. (p.341)
“Sustenta,
ainda, que as diferentes formas de intervenção do Estado são condicionadas
pelos interesses e capacidades de classe que se definem, primordialmente no
plano da produção”. (p.341)
“A
polêmica teórica que permeia o campo do trabalho passa necessariamente pelo
debate com as teses de Braverman (1977), no seu clássico trabalho e capital
monopolista”. (p.342)
“O
foco privilegiado é a gerência em sua função de controle e de indução do
trabalhador a cooperar no processo de trabalho tal como organizado pela
engenharia industrial, função essa essencial devido ao antagonismo das relações
sociais”. (p.342)
“Contesta-se
a tese por ele defendida de que, sendo o trabalho realizado com fins precípuos
de acumulação capitalista, exige sua máxima racionalização e consequentemente,
o controle sobre o trabalho por parte do capital por meio da gerência”. (p.342)
“Contesta-se
também a posição do autor que restringe deliberadamente a consideração da
classe trabalhadora a classe em si, menosprezando seus níveis de consciência,
organização e suas atividades”. (p.343)
“O
autor é, ainda, acusado de assumir acriticamente o taylorismo, identificando
com a cristalização da lógica da administração capitalista, como forma
necessária do controle exercido pela gerencia”. (p.343)
“Não
podem ser desconhecidas a riqueza, a diversidade e a fecundidade do debate em
curso sobre a teoria do processo de trabalho”. (p.343)
“Por
vezes, a mesma critica refrat-se em Burowoy, criticado por assumir uma teoria
essencialista da natureza humana, tributária de Marx, a partir de uma noção
antológica de trabalho”. (p.344)
“A
literatura sobre o tema, ao concentrar a atenção sobre as formas de controle,
consentimento, resistência e negociação no processo de trabalho, em seus
determinantes oriundos da esfera fabril e extra fabril, parece ter como um dado
a noção do trabalho mesmo”. (p.344)
“Em
termos mais explícitos: a hipótese é que as restrições supra-anunciadas à
teoria social de Marx advém de leituras que destacam a dimensão antológica nela
presente”. (p.345)
“Repor
o humanismo marxista no centro da análise é condição necessária para fazer
emergir o indivíduo social, como sujeito criativo vivo, presente no pensamento
de Marx”. (p.345)
“Esse
percurso teórico-metodológico é duplamente importante para a análise do
trabalho no âmbito do serviço social tanto na ótica do exercício profissional
do assistente social, quanto na ótica dos sujeitos a quem se dirige a ação
profissional”. (p.346)
“O
que importa é que o conjunto da reflexão marxiana é denominada pela ideia de
que, no social, se dá uma articulação entre o mundo da causalidade e da
teleologia, ou seja, entre o fato de que as ações humanas são determinadas por
condições externas ao indivíduos singulares e o fato de que ao mesmo tempo o
social é constituído por projetos que os homens tentam implementar na vida
social”. (p.346)
“Marx
arranca sua noção de produção da autocriação de indivíduos vivos e reais
socialmente determinada, ou seja, de uma forma histórica específica de
sociabilidade”. (p.347)
“...A
época que produz o ponto de vista do indivíduo isolado – que se encontra na
base do liberalismo – é precisamente aquela, diz Marx, na qual as relações
sociais alcançaram o seu mais alto grau de desenvolvimento”. (p.347)
“Dialogando
com Aristóteles, Marx sustenta ser o homem mais que um “animal social”, um “ser
social político”, isto é, que só pode isola-se, individualizar-se em sociedade,
dela dependendo para viver e produzir”. (p.347)
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